Meu primeiro amor foi um garoto de cabelos loiros que estudava na mesma sala que eu durante a terceira série. Não sei se posso o chamar de meu primeiro namorado ou se devo considerá-lo apenas como uma paixão de criança, mas que era de verdade era. Não era como esses amores de hoje em dia que se passam mais rápido que uma corrente de ar que percorre a casa e logo vai embora.
Ele era bem bonitinho e muito inteligente. Eu gostava de ficar o admirando durante as aulas e tinham que repôr o que perdi a tarde na banca, que por sinal ele também fazia.
Bom, agora vocês descobrem que eu tinha uma certa mania de ficar o admirando e olhando pra ele só pra decorar todas as suas expressões faciais e seus gestos, que eram meio exagerados de meia em meia hora.
A coisa toda é que depois de um tempo ele mudou de estado e nossa relação ficou entre chat's e e-mails. Ele jurava que um dia ia voltar e viraria meu namorado, mas depois de tempo, eu comecei a sentir falta de apego físico. Até porque já éramos sexta série e nada dele. Eu não podia ver a vida passar enquanto o esperava chegar. Todas as minhas amigas tinham começado a namorar e eu me sentia sozinha.
Elas começaram a sair com os seus rolinhos, peguetes, ficantes e namorados e eu ficava em casa por absoluta fidelidade a ele até o dia em que eu cansei de esperar, cansei de ver a vida passar e dei um basta em tudo aquilo que estava me incomodando.
Nós não nos falamos mais hoje em dia. Eu tentei, juro que tentei. Mas ele foi irredutível.
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